O conceito de “contemporâneo”. Tendências contemporâneas da literatura. José Saramago. Gonçalo Tavares. Lobo Antunes. Mia Couto. Pepetela. Paulina Chiziane. Rubem Fonseca. João Ubaldo Ribeiro. Ignácio de Loyola Brandão e a educação ambiental. Direitos humanos em pauta: diversidade, tolerância e alteridade nas literaturas de língua portuguesa contemporâneas.

Propiciar condições para que o aluno possa:

- Compreender as diversas possibilidades de conceituar e problematizar o que significa o termo “contemporâneo” na literatura;

- Apreender a literatura enquanto um projeto estético, ético e político que representa diferenças e diversidades culturais, geopolíticas, de raça/etnia e gênero que evidenciam modelos sociais precários;

- Identificar as várias tendências temáticas e estéticas da literatura contemporânea de língua portuguesa, autores/as e obras, estabelecendo diálogos com outros momentos históricos da literatura;

- Discutir a inserção da literatura contemporânea de língua portuguesa no âmbito da crítica mundial e no mercado editorial reconhecendo a dinâmica de algumas feiras literárias, a exemplo da FLIP, FLIB, FLIM, FLIARAXÁ e prêmios literários como o Jabuti, Machado de Assis, Camões, entre outros. 

- Desenvolver análises e interpretações de textos literários de diversos/as autores/as da literatura contemporânea de língua portuguesa com o propósito de formar leitores/as críticos/as e apto/as a se posicionar diante dos textos literários;

1. O que é contemporâneo? O conceito de contemporaneidade por intermédio dos pensamentos de Walter Benjamin, Giorgio Agamben, Beatriz Resende, Erick Shollammer e Regina Dalcastagnè. (Todo esse tópico será ministrado via  google meet no horário de aula da disciplina);

2. Mia Couto, José Eduardo Agualusa e Pepetela: a literatura pós-colonial e o continente africano. (Todo esse tópico será ministrado via google meet no horário de aula da disciplina);

3. Mia Couto, Biopolítica, Necropolítica e a Epidemia do Covid 19: Crônicas de 2020. (Todo esse tópico será ministrado via google meet no horário de aula da disciplina);

4. Valêncio Xavier, André Luis Nepomuceno, Natália Polesso e Michel Laub: desordem, epidemias, doenças, distopias e preconceito. (Todo esse tópico será ministrado via google meet no horário de aula da disciplina);

5. José Saramago: epidemias e cegueiras na literatura e no cinema. (O conteúdo desse tópico será ministrado por meio de estudo dirigido disponível no AVA/Moodle);

6. Paulina Chiziane e Evaristo Conceição: literatura, gênero, raça/etnia, classe e suas intersecções (Todo esse tópico será ministrado via google meet no horário de aula da disciplina);

7. Rubem Fonseca, Patricia Melo, João Ubaldo Ribeiro, Luiz Rufatto: violência e erotismo. (O conteúdo desse tópico será ministrado por meio de estudo dirigido disponível no AVA/Moodle);

8. O mercado editorial, feiras e prêmios literários. (Conteúdo ministrado por intermédio de estudo dirigido disponível no AVA/Moodle);

9. Literatura, história, memória, autoritarismo, fascismo e resistência, (Esse conteúdo será discutido via google meet no horário de aula da disciplina). Será solicitado que os alunos e as alunas escolham um dos livros listados abaixo para confeccionarem um artigo acerca desse tópico:  

a) A noite da espera (2017), de Milton Hatoum
b) Azul corvo (2010), de Adriana Lisboa
c) Em liberdade (1981), de Silviano Santiago
d) Feliz ano velho (1982), de Marcelo Rubens Paiva
e) Felizes poucos (2016), de Maria José Silveira
f) K.: relato de uma busca (2011), de Bernardo Kucisnki
g) Você vai voltar para mim (2014), de Bernardo Kucinski
h) Noite dentro da noite (2017), de Joca Reiners Terron
i) Nos idos de março (2014), org. de Luiz Ruffato
j) Outros cantos (2016), de Maria Valéria Rezende
k) Nem tudo é silêncio (2010), de Sônia Regina Bischain
l) Mulheres que mordem (2015), de Beatriz Leal
m) Volto semana que vem (2015), de Maria Pilla
n) O indizível sentido do amor (2017), de Rosângela Vieira Rocha
o) Rio – Paris – Rio (2017), de Luciana Hidalgo
p) Que fim levaram as flores (2019), de Otto Leopoldo Winck
q) Ainda estou aqui (2015), de Marcelo Rubens Paiva.
r) Não falei (2004), de Beatriz Bracher
s) Não verás país nenhum (1981), de Ignacio Loyola de Brandão
t) A resistência (2015), de Julián Fuks;

Aulas expositivas dialogadas por meio do google meet, análise de textos teóricos, literários e cinematográficos, debate, produção textual, leitura e estudo dirigido, atividades individuais e em grupo.

Os recursos para desenvolvimento da disciplina compreendem:

• livros, textos e outros materiais em arquivos digitais e/ou impressos que constituem a bibliografia básica e complementar desse plano de ensino;
• computador/celular com acesso à internet e às plataformas do Google Meet e do AVA/Moodle, Whatsapp e e -mail; 
• impressora e scanner;

 

Bibliografia Básica:

AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Chapecó, Sc: Argos, 2010.
BENJAMIN, Walter. A modernidade e os modernos. Rio de Janeiro, Rj: Tempo Brasileiro, 1975. (Biblioteca Tempo Universitário; 41).
SHOLLHAMMER, Karl Erik. Ficção brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

Bibliografia Complementar: 

ABDALA Jr., Benjamin. “Notas sobre a utopia, em Pepetela”. In. ______. De vôos e ilhas: literatura e comunitarismos. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2003. (Estudos Literários, 15). p. 239 – 247.

ADORNO, W. Theodor. "A personalidade autoritária". São Paulo: Editora da Unesp, 2018.  

AGUILERA, Fernando Gómez. “Crônica do escritor na rua”. In. SARAMAGO, José. As palavras de Saramago. Org. e sel. de Fernando Gómez Aguilera. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 11 – 18.
BONNICI, Thomas. "Aspectos de teoria pós-colonial". In: ______.O pós-colonial e a literatura. 2. ed. Maringá: Eduem, 2012.
BOSI, Alfredo. "Literatura e resistência". São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
CHAVES, Rita. “Pepetela: romance e utopia na história da Angola”. In. ______. CHAVES, Rita. Angola e Moçambique: experiência colonial e territórios literários. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2005. (Estudos Literários, 20). p. 85 – 107.
CHAVES, Rita; MACEDO, Tânia. “Entrevista com Mia Couto”. In. Veredas: Revista da Associação Internacional dos Lusitanistas, n. 7. Porto Alegre: AIL, 2006. p. 25 – 32.

DALCASTAGNÈ, Regina. "Literatura brasileira contemporânea: um território contestado". Belo horizonte/Rio de Janeiro: Vinhedo/Editora da UERJ, 2002. 

DALCASTAGNÈ, Regina; DUTRA, Paula Q.; FREDERICO, Graziele (orgs.). "Literatura e direitos humanos". Porto Alegre: Zouk, 2018.
DALCASTAGNÈ, Regina; AZEVEDO, Luciene (orgs.). "Espaços possíveis na literatura brasileira contemporânea". Porto Alegre: Zouk, 2015.

FIGUEIREDO, Eurídice. "A literatura como arquivo da ditatura brasileira". Rio de Janeiro: 7 Letras, 2017.

FOUCAULT, Michel. "Nascimento da biopolítica". Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008

GONÇALVES, Anamélia Fernandes; LAGUARDIA, Adelaine. Uma releitura do corpo feminino em ―O Alegre Canto da Perdiz‖ de Paulina Chiziane. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS, 1, 2010, Maringá. Anais. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2010.
GOMES, Álvaro Cardoso. "A voz itinerante: ensaio sobre o romance português contemporâneo". São Paulo: Edusp, 1993. (Criação & Crítica; 14).
KUSTER, Eliana; PECHMAN, Robert. “Da ordem, da cidade, da literatura: Rubem Fonseca e seus personagens à beira do ‘ruim do mundo’”. In. KUSTER, Eliana; PECHMAN, Robert. O chamado da cidade: ensaios sobre urbanidade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014. p. 247 – 268.
MORAES, Anita Martins Rodrigues de. “‘Somos índicos!’: notas sobre a questão identitária em Terra sonâmbula, de Mia Couto”. In. Remate de males: Revista de Teoria e História Literária, v. 38, n. 1. Campinas, SP: Universidade Estadual de Campinas, 2018. p. 100 – 115.

MBEMBE, Achille. "Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte". Tradução de Renata Santini. São Paulo: N-1 edições, 2018.
MOSER, Robert H. “Terra sonâmbula: manifestações de uma ‘Odisseia’ africana no Moçambique pós-independência”. In. Portuguese literary and cultural studies, n. 10, 2003. p. 131 – 152.
NEVES, Márcia Seabra. "Gonçalo M. Tavares, Leitor de Michel Foucault: Loucura e Animalidade". Diacrítica [online]. 2014, vol.28, n.2, pp.225-240. ISSN 0807-8967.
PADILHA, Laura. “Gestos de nomeação ou uma década de romances africanos”. In. MARGATO, Izabel; GOMES, Renato Cordeiro (orgs.). Literatura / Política / Cultura. Belo Horizonte: UFMG, 2005. p. 114 – 127.
PECHMAN, Robert. “Quando Hannah Arent vai à cidade e se encontra com Rubem Fonseca Ou da cidade, da violência e da política”. In. KUSTER, Eliana; PECHMAN, Robert. O chamado da cidade: ensaios sobre urbanidade. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014. p. 17 – 46.
PERRONE-MOISÉS, Leyla. “A cidade flutuante”. In. Folha de São Paulo, São Paulo, 12 ago. 2000. Caderno de Resenhas, p. 7.

RESENDE, Beatriz. "Contemporâneos: expressões da literatura brasileira no século XXI". Rio de Janeiro: Casa da Palavra: Biblioteca Nacional, 2008.

RIBEIRO, Djamila. Quem tem medo de feminismo negro? São Paulo: companhia das letras, 2018.
SILVA, Augusto. “O escritor exorta os seus concidadãos (ou o discurso político da ficção de Saramago)”. In. MARGATO, Izabel; GOMES, Renato Cordeiro (orgs.). Literatura / Política / Cultura. Belo Horizonte: UFMG, 2005. p. 13 – 56.
SANTOS, Estela Pereira dos; LIBANORI, Evely Vânia. Questões ecológicas em Não verás país nenhum, do escritor Ignácio de Loyola. Brandão Travessias, Cascavel, v. 12, n. 2, p. 89 – 104, maio/ago. 2018.

SELIGMANN-SILVA, Márcio. “Narrar o trauma. A questão dos testemunhos de catástrofes históricas”.
Revista Psiquiatria Clínica, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 65-82, 2008.

SELIGMANN-SILVA, Márcio."Imagens precárias:inscrições tênues de violência ditatorial no Brasi". In Revista de Literatura contemporânea. Brasília,  n. 43, 2014.
SONTAG, Susan. "A doença como metáfora". Tradução de Márcio Ramalho. Rio de Janeiro: Graal,
1984.
SONTAG, Susan. "A AIDS como metáfora". Tradução de Paulo Henriques Britto. São Paulo: Schwarcs
Ltda., 1989.
SCOTT, Joan. "Gênero: uma categoria útil de análise histórica". Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, jul./dez., 1995.
SILVA, Leonardo Alexander do Carmo. "A construção do ethos em a casa dos budas ditosos". Interdisciplinar-Revista de Estudos em Língua e Literatura. São Cristóvão: UFS, v. 25, mai./ago., p. 183-196, 2016.

TIBURI, Marcia. Como conversar com um facista. Rio de Janeiro: Record, 2018.

TIBURI, Marcia. "Ridículo político: uma investigação sobre o risível, a manipulação da imagem, e o esteticamente correto". Rio de Janeiro: Record, 2018.

VIDAL, José Ariovaldo. “O preço das palavras”. In. ______. Roteiro para um narrador: uma leitura dos contos de Rubem Fonseca. Cotia, SP: Atliê Editorial, 2000. p. 133 – 166.
WALTY, Ivete. "A rua da literatura e a literatura da rua". Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.

 

Avaliação I: Prova escrita sobre os conteúdoso dos tópicos 1, 2, 3 e 4.  A avaliação compreenderá uma nota de zero a dez pontos (0,0 a 10,0) e poderá ser feita de forma individual ou em dupla. Data: 30/09/2020;

Avaliação II: produção de um artigo sobre um dos livros elencados no tópico 9.  A avaliação compreenderá uma nota de zero a dez pontos (0,0 a 10,0). Data final de entrega: 10/11/2020;

As atividades referentes ao tópicos 5, 6, 7 e 8 serão utilizadas como presenca/ausência do mês de outubro. 

Essas datas poderão sofrer alterações.

Média para aprovação: o/a estudante que atingir a Média de Aproveitamento (MA) 6,0 (seis vírgula zero) será considerado/a reprovado/a por nota. O cálculo da MA será o seguinte:
(A1 + A2)/2 = MA (Média de Aproveitamento).

Frequência Mínima: o/a estudante que não alcançar, no mínimo, setenta e cinco por cento (75%) de frequência nas aulas da disciplina, será reprovado/a por faltas. Caso seja necessário faltar por alguns dias, a Coordenação de Curso deve ser contata para avaliar a possibilidade de contemplação pelo Regime Especial

Será oportunizado uma prova escrita e optativa (PO ) para recuperação de nota.