O significado da expressão “relações humanas” indica o estabelecimento e/ou a manutenção de contatos entre seres humanos. É marcado pelo contexto onde as pessoas estão inseridas, isto é, as relações humanas ocorrem no contexto familiar, escolar, de trabalho ou na comunidade em geral; como tal, ocorrem, diária e frequentemente, na vida das pessoas e estão estreitamente associadas as habilidades interpessoais e a competência social dos envolvidos nas interações (CORDEIRO, 1961). Se faz necessário esclarecer que as “habilidades sociais” serão apresentadas nesse documento como a habilidade interpessoal que promove as relações humanas positivas e como, também, estaremos estudando o tema - as relações humanas no ambiente educativo, vale ressaltar que a Base Nacional Comum Curricular – BNCC aponta as habilidades socioemocionais como o tipo de aprendizagem essencial para ser trabalhada na escola,. Logo justifica-se a opção em eleger o conceito - habilidades sociais em detrimento do conceito relações humanas na elaboração deste material instrucional.
O documento inicialmente retrata o cenário nacional da implementação de abertura de vagas nas universidades, na última década, o que desafia gestores educacionais na manutenção da qualidade do ensino; em seguida apresenta o recrudescimento das exigências do mercado de trabalho que impõe um novo perfil profissional baseado nas habilidades afetivas e emocionais; seguidamente, será abordado a formação profissional e a necessidade da construção coletiva das habilidades sociais em função das crescentes exigências sociais e acadêmicas que o aluno se defronta na sua formação e, finalizando, sugere-se algumas orientações na construção das habilidades sociais no espaço educativo.
Na última década houve o crescimento do Ensino Universitário brasileiro em função dos programas de expansão e interiorização da rede de universidades públicas pelo reconhecimento internacional acerca da importância da ampliação da educação superior, para o desenvolvimento econômico e social das nações. O Programa Universidade para Todos (ProUni), o Programa de Financiamento Estudantil (Fies), o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e as políticas de cotas, possibilitaram a ampliação da oferta de vagas nos cursos superiores presenciais e a distância (BARROS, 2015; SOARES, et al, 2015). Nos anos entre 1995 e 2010, as matrículas, no ensino, superior passaram de 1.759.703, em 1995, para 6.379.299, em 2010, com um crescimento de 262,52% no intervalo de dezesseis anos (MANCEBO, ARAÚJO, BARBOSA; 2015). Esse fenômeno criou desafios na manutenção da qualidade do ensino no que diz respeito a formação no âmbito pessoal, social e profissional dos acadêmicos, exigindo rupturas com o modo tradicional de organização e funcionamento das IES.
Os grandes desafios na formação implicaram no desenvolvimento de habilidades referentes a criatividade, liderança, adaptação, polivalência funcional, exigindo, desta feita, um novo perfil profissional (ALBERTO; BALZAN, 2008; NEVES, 2007).
